Perrengues de viagem, como lidar com eles?
Viajar é uma delícia, mas vamos ser sinceros: às vezes parece que o universo conspira para te lembrar que você não é o Indiana Jones, e sim um mero mortal com mala de rodinha.
Se ninguém nunca te falou disso, pode anotar: por trás das fotos de feed perfeito sempre existe um perrengue escondido. E, como todo bom turista sincero, eu vou te contar os que ninguém posta no Instagram.
1. Mala perdida: o clássico da desgraça
Você chega no destino cheio de expectativa, o avião pousa, você vai todo feliz na esteira… e a mala? Foi dar uma volta no México enquanto você está desembarcou em Lisboa.
Como sobreviver:
- Identifique sua mala (não adianta colocar só “mala preta” na ocorrência, porque 98% são iguais).
- Leve sempre uma muda de roupa na bagagem de mão, porque calcinha e cueca não dão em árvore.
- E, por favor, não surte com a atendente da companhia aérea — ela já escutou 20 pessoas xingando antes de você.
DICA MAROTA: Coloque sempre uma muda de roupa na bagagem de outra pessoa que esteja viajando com você, se as duas malas extraviarem, daí você tá cagado de urubu mesmo.
2. Taxista (ou motorista de app) que acha que você é milionário
Clássico golpe: você entra no carro, pergunta quanto vai dar, e o motorista responde com a mesma calma de quem pede café: “uns 50 euros”. O detalhe? O trajeto dá 8.
Como sobreviver:
- Abra o Google Maps e faça cara de “sei bem onde estou, camarada”.
- Use aplicativos oficiais (mesmo que às vezes demore).
- Se pegar táxi comum, já entra perguntando: “taxímetro tá funcionando, né?” — só pra deixar claro que não nasceu ontem.
DICA MAROTA: Em cidades em que os táxis rodam sem taxímetros, pergunte o valor antes de iniciar a corrida, certifique-se que ambos entenderam o valor. Outro golpe comum é o troco errado ou com notas falsas, portanto tente sempre andar com notas pequenas para essas ocasiões.
3. Airbnb furada (também conhecido como “Surpresa, você alugou um puxadinho do terror!”)
As fotos mostravam um loft charmoso com vista para a cidade. A realidade? Um quarto úmido com cheiro de mofo e vizinhos ensaiando bateria até 3 da manhã.
Como sobreviver:
- Leia as avaliações (e desconfie se só tiver “perfeito, maravilhoso, incrível”).
- Espione o bairro no Street View. Se a fachada parece cenário de Narcos, melhor procurar outro canto.
- Tenha sempre um plano B de hotel por perto.
Já passei por isso em Manaus, mas consegui desenrolar com o AirBnb e fui para um lugar melhor. O primeiro apartamento era numa área bem barra pesada a noite.

4. Ficar doente no rolé
Você planejou experimentar todos os pratos típicos da Tailândia. Só esqueceu que seu estômago não fez intercâmbio antes. Resultado: três dias trancado no banheiro.
Como sobreviver:
- Leve um kit de primeiros socorros. Não vai ser na farmácia de Bangkok que você vai achar o remédio certo.
- Faça seguro viagem. Ninguém merece pagar uma fortuna por um atendimento meia-boca.
- Hidrate-se. Principalmente depois de achar que aquela caipirinha da barraquinha na Lapa era uma boa ideia.
5. Cartão bloqueado (ou banco te lembrando que você é pobre)
Você no balcão da loja, pronto para comprar aquele vinho maravilhoso. Passa o cartão. Recusado. Passa de novo. Recusado. O banco acha que é fraude, mas a fraude é você tentando parecer rico.
Como sobreviver:
- Avise seu banco antes de viajar (sim, ainda precisamos avisar).
- Tenha sempre duas formas de pagamento: cartão e dinheiro vivo.
- Troque moeda antes de viajar — porque casa de câmbio em aeroporto cobra até pela sua respiração.
6. Transporte público que mais parece teste de inteligência
Você acha que entendeu o metrô de Paris até perceber que pegou a linha errada e foi parar na periferia. Bem-vindo ao clube.
Como sobreviver:
- Baixe mapas offline (Google Maps salva vidas).
- Decore meia dúzia de palavras do idioma local.
- Não tenha vergonha de perguntar. O máximo que pode acontecer é rirem da sua pronúncia.
Conclusão: perrengue também é lembrança
Viajar sem perrengue não existe. O que existe é você decidir se vai chorar ou rir depois. E, convenhamos, rir é sempre melhor , ainda mais com uma cerveja na mão e um torresmo no prato.
No fim, cada mala perdida, cada táxi enrolado, cada quarto furadaço vira história pra contar. Porque é isso que mantém a graça da estrada: colecionar lembranças, e umas boas risadas também.